quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

CANÇÃO DA FOICE E DO FEIXE

Luciano Souza





















Me chamarão subversivo.
E lhes direi: eu sou.
Por meu povo em luta, vivo.
Com meu povo em marcha, vou.

Tenho fé de guerrilheiro
E amor de revolução.
E entre Evangelho e canção
Sofro e digo o que quero.
Se escandalizo, primeiro
Queimei o próprio coração
Ao fogo desta Paixão,
Cruz de Seu mesmo Madeiro.

Incito á subversão
Contra o poder e o dinheiro.
Quero subverter a lei
Que perverte ao Povo em grei
E ao governo em carniceiro.
(Meu pastor se fez cordeiro.
Servidor se fez meu Rei.)

Creio na Internacional
Das frontes alevantadas,
Da voz de igual a igual
E das mãos enlaçadas...
E chamo a ordem de mal,
E o progresso de mentira.
Tenho menos paz que ira.
Tenho mais amor que paz.

...Creio na foice e no feixe
destas espigas caídas:
uma Morte e tantas vidas!
Creio nesta foice que avança
- sob este sol sem disfarce
e na comum esperança –


tão encurvada e tenaz

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.