quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

JUNTO AO VOSSO CANTO

Lucilene


















Meu silêncio seja
meu poema, irmãos,
junto ao vosso Canto.

Seja minha ausência
como um vôo de garças
abraçando a Tarde,
nesse Vôo de garças
que invadiu o Dia
com o vosso Canto.

Velhos de Esperança
- tantas Luas cheias,
tantas Noites foscas –
eu e o Araguaia
já nos conhecemos,
rios de um só rio
ajeitando o curso
entre Deus e o Povo.

Junto ao vosso Canto,
boca coletiva,
seja meu silêncio
posto de joelhos
uma escuta nova.

Quero ouvir o Povo!

Quero ouvir o grito
das Crianças mortas
comandando a Vida.
Quero ouvir as covas
dos Peões do trecho
soletrando vivos
os perdidos nomes.
Quero ouvir os Pobres
num clamor de enxadas
conquistando a Terra.
Quero ouvir a dança
das Aldeias novas
nas antigas flautas
acordando o Mundo.

Toda minha sede,
cuia de silêncio,
beba em vosso Canto
o Araguaia Novo,
luta nas enchentes,
festa no banzeiro,

Povo, Povo, Povo!

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